Uso de concreto nas estradas brasileiras reduziria emissão de 18 milhões de toneladas de CO2 por ano.

O uso do concreto na pavimentação de estradas poderia trazer ganhos não apenas para motoristas, concessionárias e órgãos públicos, mas principalmente ao meio ambiente, segundo estudo feito pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a partir de uma ampla, profunda e reconhecida pesquisa feita pelo Centro de Sustentabilidade de Concreto do MIT (Massachusetts Institute of Technology) – um dos principais centros de pesquisa em ciências, engenharia e tecnologia do mundo.

Intitulada “Visão geral da interação entre os veículos e o pavimento”, a pesquisa coordenada por James Mark mostra quais os benefícios, vantagens e incentivos econômicos se as estradas fossem pavimentadas com concreto ao invés de asfalto. Na projeção feita para o Brasil, a ABCP chegou à conclusão que, caso as estradas brasileiras fossem de concreto, o meio ambiente seria diretamente beneficiado com a redução da emissão de 18 milhões de toneladas de CO2 por ano. Ou seja, 1/3 dos gases emitidos pela a indústria do cimento poderiam ser mitigados se as rodovias fossem em concreto. Isso sem falar em outros tipos de gases e materiais que são emitidos na queima do diesel. Só para ter uma ideia, seriam necessárias cerca de 1 bilhão de árvores para neutralizar essas emissões em excesso. Isto é, aproximadamente a 10 milhões de hectares de floresta.

Outra constatação feita pela entidade no Brasil foi em relação a redução no consumo de combustível. De acordo com as estimativas, o potencial de redução seria de aproximadamente 5,3 bilhões de litros de combustível por ano apenas com os caminhões. “Essa redução seria apenas com a frota de caminhões, composta de 2 milhões de unidades, levando em consideração os dados da CNT (Confederação Nacional do Transporte) no qual cada veículo roda em média 100 mil km por ano”, explica o responsável pelo estudo da ABCP, a partir da pesquisa do MIT, o engenheiro Fernão Nonemacher Dias Paes Leme. Transformando isso em valores, essa redução do uso de combustível resultaria numa economia de R$ 20 bilhões por ano só com o diesel. “Isso sem falar do desgaste dos veículos, uma vez que estradas pavimentadas com concreto não apresentam ondulações e buracos como as asfaltadas.”, complementa Fernão.

Pelo estudo podemos concluir também que um dos principais fatores que contribuem efetivamente para a economia de combustíveis é justamente a característica estrutural entre o asfalto e o concreto. Isso ocorre porque as deflexões promovidas por veículos, principalmente pesados, nos pavimentos de asfalto são maiores do que no concreto. Isto significa que quanto mais rígido o pavimento, menos deflexões ele sofrerá, necessitando de menos combustível ou energia para sair da inércia. Além das estradas de concreto não deformarem, não formam trilhas de rodas nem buracos e, em dias de chuva, os pavimentos de concreto anulam as chances do veículo aquaplanar, trazendo mais segurança aos motoristas e usuários. Também foi constatado que pelo fato do concreto ser claro e refletir mais luz, diminuem-se as ilhas de calor, possibilitando uma melhor visibilidade e redução (cerca de 50% a menos) no número de postes de iluminação gerando uma economiza representativa de energia elétrica.

“Outro benefício, e mais imediato, é a viabilidade econômica, principalmente na redução do custo de construção” aponta o engenheiro. “Para isso, é preciso considerar a economia de recursos de manutenção do pavimento de concreto – que conta com uma durabilidade de, no mínimo, 20 anos – enquanto o pavimento asfáltico tem durabilidade menor (10 anos ou menos), exigindo um reforço estrutural com camada asfáltica e manutenção rotineira mais intensiva que a do pavimento de concreto. Com isso, o pavimento de concreto já apresenta custo altamente competitivo e se torna ainda mais viável”, complementa Fernão.

A indústria do cimento está empenhada em demonstrar o valor que o pavimento de concreto agrega para os usuários, contribuintes e administradores públicos, em função de sua durabilidade, que pode ultrapassar 30 anos (muitas vezes superior à do asfalto), reduzindo consideravelmente os custos de manutenção. Comparativos a partir de projetos reais revelaram que com o emprego do pavimento verde – ou de concreto – no lugar das demais alternativas, há uma economia de R$ 1,6 milhão por quilômetro a valor presente em 20 anos.

De acordo com o Banco Mundial, cada dólar investido em uma estrada de concreto corresponde a uma economia futura de três dólares em custo operacional, quando comparado à outros tipos de pavimento.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) colocou na ponta do lápis os custos decorrentes das más condições das vias como por exemplo, a elevação de 38% nos custos operacionais dos veículos; Aumento de até 58% no consumo de combustíveis; incremento de até 50% no índice de acidentes e o tempo de viagem até 100% maior.

Com o estudo, fica evidente que a economia seria imensa caso as estradas fossem de concreto, afirma o especialista da ABCP. “Hoje segundo dados recentemente divulgados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) temos apenas 3% das estradas brasileiras pavimentadas com cimento. Nosso objetivo é aumentar esse índice e trazer economia para vários setores”, finaliza Fernão.

Artigo da Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, fundada em 1936 com o objetivo de promover estudos sobre o cimento e suas aplicações.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

AS PRINCIPAIS RODOVIAS DO BRASIL

O Brasil é um país de dimensões continentais e apesar de ter uma costa marítima e uma bacia hidrográfica perfeitamente navegáveis, elas são muito pouco exploradas para a logística. Historicamente, o transporte rodoviário sempre foi dominante, com reduzidos investimentos às modalidades ferroviária e fluvial.

As principais rodovias do Brasil

Estima-se que mais de 60% das cargas sejam transportadas pela via rodoviária. O Brasil tem a quarta maior rede de estradas e rodovias do mundo, em quase 1,8 milhões de quilômetros de extensão. A frota de caminhões e ônibus é estimada em cerca de 40 milhões de veículos.

Assim, tem-se a conjuntura de dominância do transporte rodoviário com as principais rotas logísticas do país. Confira abaixo uma lista com as informações sobre as principais rodovias do Brasil e suas características, bem como os tipos de produtos que são transportados. Continue a leitura!

BR-116

A BR-116 é considerada a principal rodovia do Brasil e também é a maior totalmente pavimentada do país. Ela corta o litoral brasileiro, do Nordeste ao Sul, iniciando-se em Fortaleza (CE) e finalizando em Jaguarão (RS) — fronteira com o Uruguai.

Essa rodovia longitudinal possui uma extensão de, aproximadamente, 4.500 quilômetros, e corta 10 estados: Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Nomes populares

  1. Via Serrana: trecho entre as cidades de Jaguarão (RS) e Curitiba (PR);
  2. Régis Bittencourt: trecho entre Curitiba e São Paulo;
  3. Presidente Dutra: trecho entre São Paulo e Rio de Janeiro;
  4. Rio-Teresópolis: trecho entre Rio de Janeiro, Teresópolis e Além Paraíba;
  5. Rio-Bahia: trecho que passa pelo território de Minas Gerais;
  6. Santos Dumont: trecho entre Fortaleza e Rio de Janeiro, no entroncamento com a BR-040.

Privatizações

  • CCR Nova Dutra: trecho da Rodovia Presidente Dutra, em São Paulo;
  • CRT: trecho entre Duque de Caxias e Sapucaia;
  • Autopista Régis Bittencourt: trecho de São Paulo a Curitiba;
  • Via Bahia: trecho de Feira de Santana a divisa com Minas Gerais;
  • Autopista Planalto Sul: trecho entre Curitiba (PR) até a divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul.

Principais produtos transportados

Soja, milho, feijão, aves e suínos.

BR-101

Também corta o país de forma longitudinal, do Nordeste ao Sul, iniciando em Touros (RN) e finalizando em São José do Norte (RS). Possui uma extensão de 4.772,4 quilômetros.

Construída pelo Exército Brasileiro, a rodovia mais extensa do Brasil passa por 12 estados: Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Nomes populares

  • Rodovia Translitorânea;
  • Rodovia Governador Mário Covas (nome oficial em toda a extensão);
  • Rodovia Rio-Santos: trecho do Rio de Janeiro a Santos;
  • Presidente Nilo Peçanha: no estado do Rio de Janeiro.

Privatizações

  • Autopista Litoral Sul: alguns trechos no Paraná e Santa Catarina;
  • Eco101: trecho da divisa entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo até a Bahia;
  • Ecoponte: Ponte Rio-Niterói;
  • Autopista Fluminense: trecho entre Niterói e a divisa com o Espírito Santo.

Principais produtos transportados

Industrializados de origem animal, químicos, celulose, grãos, aves e suínos.

BR-381

A BR-381, uma das principais rodovias do Brasil, possui uma extensão de, aproximadamente, 1.200 quilômetros, iniciando em São Mateus (ES) — no entroncamento com a BR-101 — e finalizando em São Paulo (SP) — no entroncamento com a BR-116.

Atravessa os estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

Nomes populares

  • Rodovia Fernão Dias: trecho entre Contagem (MG) a São Paulo;
  • Miguel Curry Carneiro: trecho entre São Mateus e Nova Venécia, no ES.
  • ES-381: dentro do estado do Espírito Santo.

Privatizações

  • Autopista Fernão Dias: trecho entre Contagem (MG) a Guarulhos (SP).

Principais produtos transportados

Industrializados e produção siderúrgica.

BR-040

A BR-040 é uma rodovia radial que se inicia em Brasília (DF) — no entroncamento com a BR-450 — e finaliza no Rio de Janeiro (RJ), na Rodoviária Novo Rio. Possui 1.178,7 quilômetros de extensão e atravessa o Distrito Federal, além dos estados de Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Nomes populares

  • Rodovia Presidente Juscelino Kubitschek: trecho entre Brasília (DF) e Petrópolis (RJ);
  • Rodovia Washington Luís: trecho entre Petrópolis (RJ) e Rio de Janeiro (RJ);
  • BR-135: trecho de Sete Lagoas (MG).

Privatizações

  • Via 040: trecho do Distrito Federal a Juiz de Fora;
  • Concer: trecho de Juiz de Fora ao Rio de Janeiro.

Principais produtos transportados

Derivados de parques siderúrgicos, carvão, eucalipto, móveis e industrializados.

BR-364

Possui cerca de 4.300 quilômetros de extensão, é uma rodovia diagonal que se inicia em Limeira (SP) — no km 153 da SP-330 — e vai até Rodrigues Alves (AC) — fronteira do Brasil com o Peru. Atravessa os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre.

Nomes populares

  • Rodovia Marechal Rondom;
  • Rodovia Washington Luís (SP-310): em São Paulo, até o km 293;
  • Rodovia Brigadeiro Faria Lima (SP-326): São Paulo até a divisa com o estado de Minas Gerais;
  • Rodovia Chiquilito Erse: em Porto Velho (RO);
  • Rodovia Governador Edmundo Pinto: trecho entre Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC).

Principais produtos transportados

Soja, milho, produtos de mineração e pecuária.

Importância de saber mais sobre as principais rodovias do Brasil

Ter o conhecimento sobre a malha rodoviária do Brasil é essencial para otimizar o planejamento de rotas, considerando as características, restrições, cobranças de pedágio (que influenciam no valor do frete), entre outras coisas. Nesse sentido, é possível diminuir os custos referentes ao transporte de produtos.

Além disso, essas informações podem ajudar o gestor na hora de decidir sobre a localização ideal para os centros de distribuição, levando em consideração a capacidade de escoamento das cargas e a proximidade com os clientes — que são os principais fatores para a elaboração dessa estratégia, além dos aspectos tributários.

Saber quais são as principais rodovias do Brasil ajuda a melhorar o posicionamento da empresa, tanto em relação à proximidade com seus clientes finais, quanto na definição de estratégias de transporte, o que pode ajudar a aprimorar os prazos de entrega dos pedidos.

Fonte: Blog Logistica